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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Conversas para quem gosta de ler: Dom Quixote de Miguel de Cervantes e As Primeiras Viagens de Ernesto Che Guevara




Os amantes de aventuras, e bem dito que estamos nos referindo às aventuras literárias, não podem deixar de ler dois livros que falam delas e trazem ensinamentos profundos sobre a existência e o modo de se relacionar com as coisas e as palavras.

O primeiro desses livros e, talvez, o precursor da aventura moderna, notadamente aquela que possibilitou que o homem chegasse até a lua, seria Dom Quixote.

Para quem não sabe de Dom Quixote, personagem de Miguel de Cervantes: depois de muito ler livros de cavalaria da época (século XVI), resolveu que se lançaria à cata de aventuras, pois aquele mundo dos cavaleiros era mais interessante do que o seu, que se reduzia a uma nova vida de fidalgo (nobre em decadência) e ao surgimento de uma nova sociedade baseada no lucro e na competição, incapaz de abrir-se ao espaço do sonho, do encantamento, que para Dom Quixote constituíam o verdadeiro motor da vida.

O outro livro de aventuras seria As Primeiras Viagens de Ernesto Che Guevara, obra selecionada para o Programa Nacional SALAS DE LEITURA/BIBLIOTECAS ESCOLARES do MEC/FAE e distribuída para algumas bibliotecas e escolas públicas ao longo do ano de 1997.

Este livro, do médico argentino Che Guevara, foi escrito nove anos antes de Che participar da Revolução Cubana de 1959. É um livro que narra a sua experiência, juntamente a de seu amigo e a sua motocicleta (apelidada de “Poderosa”), pela América do Sul, visitando países como Chile, Peru, Colômbia, Venezuela e Argentina, origem e chegada desta aventura juvenil que mudará a vida dos dois protagonistas e dos leitores apaixonados.

Só para se ter uma ideia da dimensão do livro. Che e seu amigo trazem consigo para esta viagem: documentos, algumas roupas, uns trocados no bolso e uma imensa vontade de conhecer a América Latina. Por isso, convivem com o desconhecido; as altitudes de Machu Picchu (Peru); a triste condição de vida dos trabalhadores das minas de enxofre e cobre (Chile); a nem sempre acolhedora paisagem latina; enfim, esse livro faz uma reflexão sobre a instabilidade política da América do Sul, traz ainda detalhes sobre História, Geografia, Antropologia e revela também, o descaso, que sempre acompanhou a América em relação à medicina preventiva e, consequentemente, a saúde pública.

De duas uma, se Dom Quixote não teve nenhum peso nessa aventura de Che e o seu amigo pela América do Sul, uma coisa é certa: o seu amigo está para o escudeiro Sancho Pança, que acompanhava Dom Quixote em suas saídas assim como “Roncinante” (cavalo de Dom Quixote) está para a “Poderosa” que acompanhava Che pelas estradas e montanhas da América do Sul. Boas leituras pra todos!

Fonte: CARVALHO, Jailson Dias. JORNALOY. Montes Claros, n. 3, 1º semestre de 1998, p. 8.


domingo, 14 de abril de 2013

Polêmica à vista: Pânico, Geraldo Thomas e Nicole Bahls... Opine!

Vejam a polêmica proporcionada pelo lançamento do livro de Gerald Thomas... Leia acessando o link abaixo da foto. 
Acompanhem a reflexão de Carol Patrocínio, e depois opine aqui no blog!
 



Fonte: http://br.mulher.yahoo.com/blogs/preliminares/



quinta-feira, 4 de abril de 2013

O passageiro - Profissão: Repórter (1975) de Antonioni

Trailer



Aqui vai mais uma dica de um bom filme que vale a pena assistir: trata-se de O passageiro - Profissão: Repórter (1975) de Antonioni.

O filme narra a epopeia de um jornalista (interpretado por Jack Nicholson) britânico, que pretende concluir um documentário acerca de determinados guerrilheiros africanos[1] que lutam para destronar um regime autoritário que se apossou do governo, e, para tal fim, sequestram um grupo de missionários estrangeiros com o intuito de chamar a atenção para a sua causa.

O personagem David Locke, eminente repórter da BBC, está insatisfeito com o seu casamento e com o seu trabalho, e aproveita-se do fato de que seu vizinho de quarto falece, cuja causa mortis foi um súbito enfarte fulminante, e assume a sua identidade e os pertences do defunto. Doravante, David Locke encarnará o papel de Robertson, um traficante internacional de armas, que permanecia sensível às causas revolucionárias desde que lhe pagassem bem para adquirir os equipamentos miliares.

Mas parece que a insatisfação de David/Robertson não cessa com a nova identidade. O personagem, que antes, no deserto, poderia ser descrito como um errante que navegava a ermo pelas areias ardentes na trilha dos guerrilheiros, agora, nas cidades, ensaia uma tímida flanerie (grosso modo, pode ser um "vagabundo") pelos parques, museus e bares das metrópoles, sem, contudo, conseguir frear seu descontentamento e a ausência de sentido que ameaçava a nova vida.

Essas são apenas algumas passagens do filme que revela um impressionante desfecho da trama. 






[1] O país no qual a ação é sugerida não é nomeado no filme, embora se saiba que as locações ocorreram no deserto da Argélia, em Londres e Barcelona.