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domingo, 22 de dezembro de 2013

Viagem aos seios de Duília (1964)

Até onde as pessoas podem ir em busca daquilo que amam e acreditam? A onda dos seios à mostra nas praias brasileiras me chamou a atenção para um filme muito bom.

Assisti a essa fita já faz bastante tempo e hoje a compreendo melhor. A narrativa é o seguinte: um funcionário público espera a sua aposentadoria e quando ela chega não sabe o que fazer da vida. Na verdade, ele nunca soube o que fez da sua vida. A rotina medíocre do escritório tentou mas não apagou o amor da sua juventude e ele não nunca entendeu porque se afastou de Duília.

Constantes flashes de seu passado lhe remetem à sua cidadezinha do interior e ao vento estridente que lhe joga na cara o passado, ou seja, a frustração de um amor não resolvido. E ele parte... em busca dos seios de Duília!

Não vou contar mais nada porque temo a destruir as surpresas que acometem o espectador tão logo ele se depara com esta narrativa, que o cativa mediante a busca lancinante de um indivíduo daquilo que se acredita e que de fato perdeu-se pelo caminho...


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Vinte anos sem Fellini

Há exatos vinte anos atrás falecia o cineasta Frederico Fellini. É inegável a sua contribuição para o desenvolvimento do cinema moderno. E mais até: "felliniano" tornou-se um adjetivo para designar indivíduos realmente cinematográficos, tipos que guardam determinadas características capazes de inspirar a criação de personagens de cinema.

A Estrada da Vida (1954) é uma das obras que mais chamam a atenção dos cinéfilos. A película narra a trajetória de um artista de circo mambembe, que munido de uma motocicleta adaptada, e após comprar uma esposa, percorre diversas cidades italianas levando a público um espetáculo curioso: envolto numa corrente de aço presa ao peito, a ação de Zampano consistirá em parti-la, sem usar as mãos, usando a força do próprio torax como ferramenta. Mas o artista se apaixona pela expressiva Gelsomina, uma mulher franzina e divertida; um misto de Carlitos num cenário pós Segunda Guerra Mundial.

Os artistas mambembes e os circos ambulantes constituíram uma constante na história do Brasil (e da Europa também) do século XIX e princípios do XX. Percorreram distintas cidades do país levando consigo lazer, informação e aventura para os corações dos interioranos. Estes incidiram nas praças,  nos mercados e adros das Igrejas para prestigiar os espetáculos apresentados pelas companhias de teatro, pelos circos e os artistas nômades que propagandeavam suas apresentações pelo espaço público das cidades.

Talvez seja essa atmosfera de novidade, aventura e fascínio que percorra A Estrada da Vida de Fellini. Contudo, como preservá-la no contexto de um desenvolvimento acelerado dos transportes, do acesso aos bens de consumo e aos meios de comunicação pelas pessoas? Como os indivíduos preenchem suas existências naquele contexto? É possível preservar uma inocência talvez  perdida?

Creio que determinadas fitas de Fellini tocam nesses assuntos e desta forma, justificam uma exibição de seus filmes ainda hoje...




terça-feira, 1 de outubro de 2013

Elysium

Estou de volta pessoal! E com mais um filme... Primeiro o enredo geral: em 2159, o mundo é dividido entre dois grupos: o primeiro, riquíssimo, mora na estação espacial Elysium, enquanto o segundo, pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e em grande decadência.

O foco do filme parece girar em torno da possibilidade da cura de determinadas doenças (somente possível em Elysium, e para os mais ricos) e da reconstrução de partes doentes dos seres humanos ou destruídas em acidentes. Os mais pobres jamais terão acesso a esse serviço de saúde. Mais ou menos como hoje, em que aqueles mais ricos ou que habitam em áreas com acesso a uma infraestrura de saúde (laboratórios, hospitais com UTIS etc) usufruem de uma medicina razoável ou boa.

Elysium coloca em discussão a razão do acesso, no futuro, a um sistema de saúde de altíssima qualidade  somente para poucos.  Ainda que o filme trate essa questão de maneira bastante romântica, pois, estabelece como real que todos tenham acesso a esse sistema de saúde, e como se sabe, nem mesmo nos EUA, isso é possível, vale a pena conferi-lo, pois, temas bastante candentes como tecnologia, degradação ambiental e exclusão social são questões bastante sensíveis nos dias atuais e merecem nossa atenção e reflexão. 

E uma nota final sobre o filme se impõe: Elysium não toca nas contradições econômicas do capitalismo geradoras das disparidades entre ricos e pobres em nossa sociedade, mas seria esperar demais de um filme que deseja apenas entreter a plateia...





domingo, 4 de agosto de 2013

O filme "O Cangaceiro" de Lima Barreto faz sessenta anos



Optei pelo O Cangaceiro para ser a capa do meu livro visto que, foi um filme largamente exibido em Montes Claros em 1953-54. A capa é uma homenagem ao cinema nacional do passado. A Companhia Cinematográfica Vera Cruz, que produziu esta película, foi extinta pouco tempo depois do filme conquistar Cannes como Melhor Filme de Aventuras. Neste ano de 2013 o filme faz sessenta anos... Parabéns!

Em Montes Claros, o filme ficou em cartaz em dois cinemas e mesmo assim, não deu conta da quantidade de pessoas que pretendiam ver a película. Por tudo isso, a minha homenagem ao O Cangaceiro que ainda hoje faz sucesso e inaugurou um estilo no cinema nacional: o gênero do cangaço, vide as novelas e seriados que contagiam os espectadores até hoje ...

Publico algumas fotos do filme que os leitores do blog gostaram... E parece que o filme foi esquecido pela maioria da mídia nacional. É certo que a película guarda um pouco de ingenuidade e de cópia dos filmes de faroeste americanos, no entanto, não se pode negar que muitas películas e produtos televisivos se inspiraram em O Cangaceiro e fizeram muito sucesso...














Cartaz do filme abaixo:

 


 


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Filmografia em Natal (RN)

Filmografia da Exibição foi lançado em Natal (RN) no evento Simpósio Nacional de História. Aqui em baixo algumas fotos do evento  e desta cidade maravilhosa que vale a pena conhecer...












domingo, 16 de junho de 2013

Peixe na Telha

Aqui vai uma ótima dica de peixe na telha: um curimba (conhecido no Triângulo e adjências por este nome e no Norte de Minas por curimatá).

Depois de retirada as vísceras e as escamas, temperar com manjericão desidratado, sal e alho, cebolinha verde e uma colher de chá com azeite extra-virgem. No interior do peixe acrescentar cebola de cabeça e tomate a gosto. 

Fica a seu critério deixar dois ou três dentes de alho no papel alumínio junto ao peixe na hora de levá-lo ao forno... É uma delícia!

Pré aqueça o forno antes por dez minutos e não cubra o peixe, pois esse método permite que o seu assado não acumule muita água. Deixe no forno por vinte ou vinte e cinco minutos. Acompanha arroz branco e uma salada bem preparada.

De sobremesa que tal uma salada de frutas com ameixas? Bom apetite!







quinta-feira, 23 de maio de 2013

Pintura ruprestre

Eu sou suspeito: gosto muito de pintura ruprestre (pintura nas rochas) e recomendo uma matéria que saiu no IG sobre elas... Veja no link a seguir o endereço.

Valeu México! Boa descoberta para a humanidade que tanto necessita de coisas boas e bonitas como esse achado.

domingo, 12 de maio de 2013

Diga não às queimadas!

É triste! Mas parece que começaram as queimadas (temporada 2013) no Brasil. Não tenho muita coisa que dizer acerca desse assunto tão simples e banal: Diga não às queimadas! 
E depois desse apelo veja  um flagrante: A aeronave e as queimadas (segundo domingo de maio/2013; City: Uberlândia - MG).

Foto: A aeronave e as queimadas1; Jailson Dias Carvalho, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. 



 Foto: A aeronave e as queimadas2; Jailson Dias Carvalho, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. 








quarta-feira, 17 de abril de 2013

Conversas para quem gosta de ler: Dom Quixote de Miguel de Cervantes e As Primeiras Viagens de Ernesto Che Guevara




Os amantes de aventuras, e bem dito que estamos nos referindo às aventuras literárias, não podem deixar de ler dois livros que falam delas e trazem ensinamentos profundos sobre a existência e o modo de se relacionar com as coisas e as palavras.

O primeiro desses livros e, talvez, o precursor da aventura moderna, notadamente aquela que possibilitou que o homem chegasse até a lua, seria Dom Quixote.

Para quem não sabe de Dom Quixote, personagem de Miguel de Cervantes: depois de muito ler livros de cavalaria da época (século XVI), resolveu que se lançaria à cata de aventuras, pois aquele mundo dos cavaleiros era mais interessante do que o seu, que se reduzia a uma nova vida de fidalgo (nobre em decadência) e ao surgimento de uma nova sociedade baseada no lucro e na competição, incapaz de abrir-se ao espaço do sonho, do encantamento, que para Dom Quixote constituíam o verdadeiro motor da vida.

O outro livro de aventuras seria As Primeiras Viagens de Ernesto Che Guevara, obra selecionada para o Programa Nacional SALAS DE LEITURA/BIBLIOTECAS ESCOLARES do MEC/FAE e distribuída para algumas bibliotecas e escolas públicas ao longo do ano de 1997.

Este livro, do médico argentino Che Guevara, foi escrito nove anos antes de Che participar da Revolução Cubana de 1959. É um livro que narra a sua experiência, juntamente a de seu amigo e a sua motocicleta (apelidada de “Poderosa”), pela América do Sul, visitando países como Chile, Peru, Colômbia, Venezuela e Argentina, origem e chegada desta aventura juvenil que mudará a vida dos dois protagonistas e dos leitores apaixonados.

Só para se ter uma ideia da dimensão do livro. Che e seu amigo trazem consigo para esta viagem: documentos, algumas roupas, uns trocados no bolso e uma imensa vontade de conhecer a América Latina. Por isso, convivem com o desconhecido; as altitudes de Machu Picchu (Peru); a triste condição de vida dos trabalhadores das minas de enxofre e cobre (Chile); a nem sempre acolhedora paisagem latina; enfim, esse livro faz uma reflexão sobre a instabilidade política da América do Sul, traz ainda detalhes sobre História, Geografia, Antropologia e revela também, o descaso, que sempre acompanhou a América em relação à medicina preventiva e, consequentemente, a saúde pública.

De duas uma, se Dom Quixote não teve nenhum peso nessa aventura de Che e o seu amigo pela América do Sul, uma coisa é certa: o seu amigo está para o escudeiro Sancho Pança, que acompanhava Dom Quixote em suas saídas assim como “Roncinante” (cavalo de Dom Quixote) está para a “Poderosa” que acompanhava Che pelas estradas e montanhas da América do Sul. Boas leituras pra todos!

Fonte: CARVALHO, Jailson Dias. JORNALOY. Montes Claros, n. 3, 1º semestre de 1998, p. 8.


domingo, 14 de abril de 2013

Polêmica à vista: Pânico, Geraldo Thomas e Nicole Bahls... Opine!

Vejam a polêmica proporcionada pelo lançamento do livro de Gerald Thomas... Leia acessando o link abaixo da foto. 
Acompanhem a reflexão de Carol Patrocínio, e depois opine aqui no blog!
 



Fonte: http://br.mulher.yahoo.com/blogs/preliminares/



quinta-feira, 4 de abril de 2013

O passageiro - Profissão: Repórter (1975) de Antonioni

Trailer



Aqui vai mais uma dica de um bom filme que vale a pena assistir: trata-se de O passageiro - Profissão: Repórter (1975) de Antonioni.

O filme narra a epopeia de um jornalista (interpretado por Jack Nicholson) britânico, que pretende concluir um documentário acerca de determinados guerrilheiros africanos[1] que lutam para destronar um regime autoritário que se apossou do governo, e, para tal fim, sequestram um grupo de missionários estrangeiros com o intuito de chamar a atenção para a sua causa.

O personagem David Locke, eminente repórter da BBC, está insatisfeito com o seu casamento e com o seu trabalho, e aproveita-se do fato de que seu vizinho de quarto falece, cuja causa mortis foi um súbito enfarte fulminante, e assume a sua identidade e os pertences do defunto. Doravante, David Locke encarnará o papel de Robertson, um traficante internacional de armas, que permanecia sensível às causas revolucionárias desde que lhe pagassem bem para adquirir os equipamentos miliares.

Mas parece que a insatisfação de David/Robertson não cessa com a nova identidade. O personagem, que antes, no deserto, poderia ser descrito como um errante que navegava a ermo pelas areias ardentes na trilha dos guerrilheiros, agora, nas cidades, ensaia uma tímida flanerie (grosso modo, pode ser um "vagabundo") pelos parques, museus e bares das metrópoles, sem, contudo, conseguir frear seu descontentamento e a ausência de sentido que ameaçava a nova vida.

Essas são apenas algumas passagens do filme que revela um impressionante desfecho da trama. 






[1] O país no qual a ação é sugerida não é nomeado no filme, embora se saiba que as locações ocorreram no deserto da Argélia, em Londres e Barcelona.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Nunca te vi, sempre te amei



Eis o enredo de um filme que vale pena. Um homem e uma mulher nunca se viram antes. Ela mora nos EUA e ele na Europa durante o pós-segunda guerra. Ela o conhece através de um anúncio no jornal, pois, ele  vende livros, sendo um livreiro. 

Não me lembro bem, mas a personagem feminina ou é escritora ou professora. Os dois têm em comum a mesma paixão por livros sendo que a mulher encomenda livros. E ele trata de os encontrar e os envia a ela. Os dois trocam cartas. Conversam sobre os livros. E começam a gostar um do outro. Porém, o personagem masculino é casado e passa por dificuldades financeiras devido ao período de reconstrução da Europa. 

No entatno, como forma de ajudá-lo a sobrever, a mulher lhe manda mantimentos, pois ao contrário da Europa, os EUA atravessam um boom de expansão econômica. 

Os anos passam. Os dois continuam  a se corresponder. Ele continua vendendo livros. Os anos passam novamente e ela resolve ir para Europa e encontrá-lo. A livraria já não mais existe. A casa dele está vazia. A mulher dele partiu com a filha do casal. Ele havia morrido um ano antes dela chegar à Europa. 

Em suma, este é o resumo do filme Nunca te vi, sempre te amei (1987). É um belo filme. Ele passa para mim que duas pessoas podem se amar, gostar um do outro sem nunca terem se visto ou se conhecido antes, desde que tenham entre si um mínimo de afinidade. Mas o filme é categórico no seu final: é preciso que  não demore a união através dos corpos, pois não há distancia que supere a ausência de afetos e carinhos. A vida não deve imitar a arte. A arte está aí para que possamos superar os obstáculos do caminho que nos impede de desejar e amar o outro que queremos. É isso! 

Trailer do filme abaixo:


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Herzog e a homenagem a Murnau em Nosferatu, o Vampiro da Noite

Já dissemos anteriormente que Rainer Werner Herzog pertence a uma corrente cinematográfica denominada de Novo Cinema Alemão. Tal corrente cinematográfica originou-se, na Alemanha, entre os anos finais de sessenta, setenta, e oitenta, e era constituída por Wim Wenders, Werzog, Rainer Werner Fassbinder e montadores e fotógrafos experientes.

Tais jovens cineastas e realizadores eram críticos de uma realidade que se despontava na Europa e sobretudo, na Alemanha, pós Segunda Grande Guerra Mundial. O seu posicionamento crítico baseava-se no fato de que aqueles jovens não vivenciaram a reconstrução da Europa tal como os seus pais e avós, contudo, conviviam com a consequência, e também, consciência da culpa pela guerra que recaía entre aqueles sobreviventes do conflito mundial. Seus primeiros filmes reflitiram a atmosfera de desconforto e solidão que acompanhava aquela consciência.

Toda esta introdução serve para entendermos a opção de Herzog por refilmar um clássico do cinema mudo alemão realizado por Murnau em 1922 (Nosferatu, Uma Sinfonia de Horrores). No filme de Herzog, também baseado no livro de Bram Stoker, Jonathan Harker viaja para o castelo do Conde Drácula, que deseja comprar uma propriedade. Ao ver uma foto de Lucy, mulher de Jonathan, o conde decide se mudar para Virna, onde o casal mora. Com ele, levará o terror.

A trilha sonora do filme me chamou a atenção, pois, leva o espectador a dramatizar a situação do personagem que cavalga rumo ao desconhecido. A natureza exuberante, que conduz ao castelo de Drácula, ajuda a compor o cenário na qual o personagem Jonatham Harcker (interpretado pelo ator Bruno Gans) terá que atravessar para chegar até o seu destino: a morte em doses lentas.

Não deixe de ver este filme de Herzog, pois, o retorno ao mundo dos vampiros nos dias de hoje (Saga Crepúsculo) é apenas uma face daquilo que nós não entendemos ainda: o desconhecido, a atmosfera de desconforto e solidão que acompanhava aquela consciência política do mundo, e o mistério que congrega a vida humana no universo.

Abaixo o triller do filme


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Um dica: O Cine Ipiranga em Montes Claros

De todos os cinemas que a cidade de Montes Claros já teve o único que conservou a sua estrutura até hoje foi o Cine Ipiranga. Isso significa que se você algum dia passar por Montes Claros e desejar ir até a rua Melo Viana, você com certeza verá o Cine Ipiranga e se tiver um pouco de sorte, poderá até mesmo entrar naquele que foi o seu recinto...

Foi pensando no Cine Ipiranga que escrevi um artigo recém publicado que quero compartilhar o link na qual vocês podem acessá-lo. Boa leitura e um feliz 2013 cinematográfico pra todos.

Para ler o artigo Clique aqui


Abaixo o Cine Ipiranga