Deus e o diabo na terra do sol - Glauber Rocha parte 2 & Brasil entre o interior e o litoral 2021

Elysium

Estou de volta depois de muito tempo! E, republico, com mais um filme... Primeiro o enredo geral: em 2159, o mundo é dividido em dois grupos: o primeiro, riquíssimo, mora na estação espacial Elysium, enquanto o segundo, pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e em grande decadência. O foco do filme parece girar em torno da possibilidade da cura para determinadas doenças (somente possível em Elysium, e para os mais ricos) e da regeneração dos seres humanos ou de partes de seu corpo destruídas em acidentes. Os mais pobres jamais terão acesso a esse serviço de saúde. Mais ou menos como hoje, na qual os mais ricos podem contar com a infraestrura de saúde: laboratórios, hospitais com UTIS, deslocamento aéreo de pacientes. E os mais pobres contam com o precariado de todos os serviços públicos, e com restrições às conquistas da área de saúde capitaneadas pelas big farmacéuticas... Elysium coloca em discussão, no futuro, os motivos, e o direito de alguns a um sistema de saúde de altíssima qualidade. Ainda que o filme trate essa questão de maneira bastante romântica, pois, estabelece como real que todos tenham acesso a esse sistema de saúde, e como se sabe, nem mesmo nos EUA tal fato foi possível, mesmo assim, vale a pena conferi-lo, pois, temas candentes como tecnologia, degradação ambiental e exclusão social são questões sensíveis que requer nossa atenção, reflexão e ação. E uma nota final sobre o filme: Elysium não toca nas contradições econômicas do capitalismo geradoras das disparidades entre ricos e pobres em nossa sociedade, mas seria esperar demais de um filme que deseja apenas entreter a plateia...