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terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Último Tango em Paris



Depois de quase quarenta anos este filme de Bernardo Bertolucci ainda causa estranhamento. É comum o (a) expectador (a) não conseguir assisti-lo até o fim e mesmo quase no final do filme se retirar da sala de exibição ou abandonar a sua projeção. De fato, é uma película desconcertante!

Mas, o que nos inquieta em O Último Tango? Creio que este filme retrata um pouco a atmosfera dos anos finais da década de sessenta e princípios de setenta (O Maio de 68 francês, a Guerra do Vietnã, os protestos nas ruas, o movimento feminista), pois, o personagem principal encarnado por Marlon Brando se coloca no papel de questionador da família, do medo, de Deus, da repressão sexual e de outros mitos da época.

Inicialmente Paul (Marlon Brando) propõe a Jeannie (Maria Schneider) o encontro num apartamento e ali, desprovidos de um nome, pois pretendem ser anônimos um para o outro, entabulam um romance movido por uma pulsão sexual fora do convencional. Este é o tema principal do filme. As narrativas secundárias servem para desenvolver os outros temas inerentes ao filme: o medo, o questionamento da religião, da família...

Paira no ar uma homenagem à Nouvelle Vague francesa, movimento que redimensionou o cinema moderno na França. Às vezes a narrativa parece um pouco pueril e outras, bastante carregada. Como exemplo, o diálogo de Marlon Brando com sua esposa morta.  Ela havia cometido suicídio e não fora enterrada, permanecendo recolhida numa cama de hotel ao lado de muitas flores.

Este filme consagraria a filmografia de Bernardo Bertolucci. Alguns anos mais tarde ele realizou O Último Imperador, uma mega-superprodução sobre o último imperador da China Imperial. Bernardo tinha uma ligação muito estreita com o cinema brasileiro, sobretudo, com Glauber Rocha e Paulo César Saraceni. Na década de noventa, Bertolucci filmou O Céu Nos Protege, película na qual se nota a influência do Cinema Novo.

Essas informações servem para nos ajudar entender a opção do cineasta ao concretizar O Último Tango em Paris. Bertolucci é um cineasta bastante eclético e este filme revela isso. A dificulade que por vezes nos assola no instante em que vemos esta película pode ser traduzida pelo questionamento que o filme suscita em nós em torno dos nossos valores. Acredito que esta seja uma das funções do cinema, provocar sensações e emoções.

3 comentários:

  1. Não lembro se vi este filme, mas concordo com vc que o cinema provova sensaçõe e emoções. Você já viu o filme O estômago? gostei muito.

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  2. OLÁ PROFESSOR JAILSON

    BEM EXPLICADO A FUNÇÃO DO CINEMA EM NOSSAS VIDAS: PROVOCAR SENSAÇÕES E EMOÇÕES, ACHEI PERFEITO!
    QUANTO AO FILME O ULTIMO TANGO, REVIROU VARIOS CONCEITOS EM MUITA GENTE COM A CENA DE SEXO, ONDE A PERSONAGEM FOI MANTEIGADA POR MARLON BRANDO A TAL MARIA SHNEIDER, AFINAL NA ÉPOCA CAUSOU REBULIÇOS OU SEJA EMOÇOES CONFLITUOSAS

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  3. iai jaison e a beatriz do sergio tudo bom
    eu entei no seu site e gostei espero que
    faça susseso

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