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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fitzcarraldo

Olá! Tô de volta e agora com força total. Pra quem já viu ou reviu Fitzcarraldo ou tá com vontade de ver, lá vai a minha viagem sobre Herzog e o seu cinema. Rainer Werner Herzog pertence a uma corrente cinematográfica denominada de Novo Cinema Alemão. Tal corrente cinematográfica originou-se, na Alemanha, entre os anos finais de sessenta, setenta, e oitenta, e era constituída por Wim Wenders, Werzog, Rainer Werner Fassbinder e montadores e fotógrafos experientes.

Tais jovens cineastas e realizadores eram críticos de uma realidade que se despontava na Europa e sobretudo, na Alemanha, pós Segunda Grande Guerra Mundial. O seu posicionamento crítico baseava-se no fato de que aqueles jovens não vivenciaram a reconstrução da Europa tal como os seus pais e avós, contudo, conviviam com a consequência, e também, consciência da culpa pela guerra que recaía entre aqueles sobreviventes do conflito mundial. Seus primeiros filmes reflitiram a atmosfera de desconforto e solidão que acompanhava aquela consciência.

Assim assinaladas tais características do Novo Cinema Alemão e a vinculação de Herzog a este movimento resta dizer que Fitzcarraldo é um filme de um cineasta maduro e cuja temática fílmica extrapola o contexto europeu para retratar a selva amazônica brasileira e peruana. 

Nesse sentido o personagem Fitzcarraldo é um amante da ópera e deseja ardemente construir um teatro no meio da floresta homenageando, desta maneira, o objeto de seu amor. A ópera, portanto, constitui o motivo que alimenta o personagem rumo ao desconhecido. Neste filme de Herzog desponta-se a participação de artistas e atores brasileiros tais como Milton Nascimento, José Lewgoy, Grande Otelo, dentre outros.

Pode-se observar nesta película uma homenagem ao cineasta russo Eisenstei (Encouraçado Potemkin) na maneira como Herzog filma a embarcação (de baixo pra cima) de Fitzcarraldo e um questionamento da presença da civilização que rasga literalmente a selva. Baseado em história real do século 19 e ponto alto da parceria entre Herzog e Kinski, Fitzcarraldo teve uma das filmagens mais tumultuadas da história. Ao ponto de Kinski desistir das filmagens e ser ameaçado de morte por Herzog se ele não terminasse o filme. Vale a pena conferir o resultado final! O mundo tá carente de filmes que nos façam pensar, independente de que este filme carregue uma narrativa lenta e às vezes irregular.


2 comentários:

  1. OLÁ PROFESSOR JAILSON

    QUANTOS ENSINAMENTOS, NADA SABIA, CINEMA É UM UNIVERSO DIFERENTE DO MEU, SÓ ASSIM APRENDO ALGO MAIS
    PARABÉNS PELA POSTAGEM!

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  2. Na área de animação também tem cineastra?

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